Como pode alguém me invadir
tão poderosamente aprisionando minha mente a um pensamento tão cruel?
Numa cumplicidade com o meu coração ferido, vem tirando o espectro
da minha existência.
Que poder químico será este, capaz sufocar minh’alma?
Sinto-me ferido como que com uma flecha certeira, que trespassou meu coração combalido e se alojou em minha mente.
Meu Deus, eu que me julgava
tão forte, por vezes até conquistador, agora, humilhado rendo-me a
alguém que nem digno seria de minha atenção.
Aquele sentimento
inexplicável, como o abandonado sem ninguém, como último dos seres,
prostrado ante algo inexplicável que me empurra para um abismo onde
ninguém me enxergará mais.
Aquela sensação a me maltratar
minha mente com aquela voz de ter sido passado para trás, onde minhas
virtudes foram destruídas pelas minhas fraquezas.
O que fiz, quais foram minhas
fraquezas, que me fizeram assim, um pobre oprimido? um sentimento
cruel que me fere com a espada da decepção. Explicação racional?
Debalde procuro e não a
encontro. A única resposta racional que me vem: “Você é um idiota
apaixonado, obcecado, a culpa é toda tua.” Eu, culpado? Porque, se
obedeci meus sentimentos mais límpidos e fieis provindos do fundo da
minh’alma”. Dirá a minha razão: “Porque abandonastes o ser você e por
isto o teu castigo, ama-te mais sujeitinho dominado!”
Torço e me retorço na cama sem
entender nada, apenas sentindo como uma dor que castiga meu peito, nem
sei bem onde. Procuro novo pensamento, mas, minha mente teima a me
repetir: “Porque você é tão idiota, este alguém não te merece” Meu
coração me confunde ao se aliar ao outrem como seu deus Dirão alguns
para consolo: Coisas de um coração…
E, eu sozinho, direi como o
Poeta “Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus, Se eu
deliro… ou se é verdade? Ou se só serão coisas de uma mente
enlouquecida, por uma tal de química de um coração ferido?
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